Brilho de volta: dez anos depois clássico Ba-Vi retorna à Série A

2 de dez. de 2012

O principal clássico do Norte-Nordeste não era realizado no Brasileirão desde 2003 e está confirmado para o próximo ano.

A data era 12 de outubro de 2003. Dia de celebrar a padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Dia também em que as crianças fazem sua festa. Feriado nacional. E uma data que ficou fortemente marcada para o futebol baiano. O feriado bem que poderia marcar um fato triste, já que demoraria quase uma década para se repetir: um Ba-Vi na Série A do Campeonato Brasileiro.
O clássico é sempre considerado o momento mais importante em uma rivalidade. O grau de relevância se torna ainda maior quando esta rivalidade é o fio condutor de um estado polarizado. E assim é a Bahia. O ano de 2013 será o primeiro, desde 2003, em que o estado terá os dois principais clubes – e únicos representantes fixos em todas as divisões do Campeonato Brasileiro – na elite do futebol nacional.
bahia vitória gabriel (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia/Divulgação)No estadual de 2012, o Vitória não perdeu nenhum clássico, mas o Bahia ficou com o título (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia/Divulgação)
Há nove anos, Bahia e/ou Vitória figuraram nas divisões inferiores do futebol brasileiro. Em 2004, apenas o Rubro- Negro esteve na elite. No ano seguinte, o clássico foi disputado na Série B. Em 2006, algo inédito: Ba-Vis na Terceira Divisão – considerado até então o porão do futebol brasileiro.
A partir daí, Bahia e Vitória não voltaram mais a se encontrar em nenhuma divisão. Enquanto o Rubro-Negro trilhou um caminho de retorno à Série A em sequência, o Tricolor amargou mais um ano na Série C e outros três na Segunda Divisão.
A chance de voltar a ter as duas equipes para dividir as atenções dos clássicos estaduais foi em 2011. No entanto, enquanto o Bahia confirmou acesso, o Vitória voltou a ser rebaixado para a Segunda Divisão. A gangorra baiana só cessou neste ano. O Tricolor se garantiu na Primeira Divisão pelo terceiro ano seguido, e o Leão confirmou o acesso para tirar os times baianos das divisões inferiores do futebol nacional.
Triunfo na despedida e hegemonia rubro-negra
No feriado de 12 de outubro de 2003, quando os dois times entraram em campo, ninguém imaginava que aquele seria o último Ba-Vi da Série A em nove anos. Nem mesmo o mais pessimista torcedor poderia fazer uma projeção tão descrente como essa.
A despedida temporária do clássico terminou da mesma forma que a maioria dos jogos no Brasileiro. No Barradão, o Vitória saiu na frente com um gol de Alexandro Goiano, levou o empate com Preto Casagrande, mas garantiu o triunfo com Samir a dez minutos para o final da partida.
O resultado manteve a hegemonia do Rubro-Negro em partidas contra o rival pelo Brasileiro. Dos 22 clássicos disputados na Série A, o lado vermelho e preto da cidade comemorou oito vezes – mesma quantidade de empates no duelo. A festa azul, vermelha e branca aconteceu somente em seis oportunidades entre 1972 e 2003.
Nos dois últimos Ba-Vis do Brasileiro, uma coincidência. Enquanto o Vitória ganhou a partida derradeira, o Bahia foi quem vibrou no jogo de dia, na Fonte Nova, pelo mesmo placar. Nestes dois duelos, a curiosidade de dois atletas que mudaram de lado. No primeiro deles, Zé Roberto, reserva no Bahia de Jorginho, era titular com a camisa rubro-negra. No outro lado do muro, o meia-atacante preferiu não relembrar o passado.
No segundo, Marcelo Nicácio, hoje reserva do Vitória, entrou no segundo tempo no lugar de Preto Casagrande. Com contrato até o final do Campeonato Baiano, ele espera renovar para poder disputar o clássico, agora com a camisa vermelha e preta, na Série A novamente.
- O Ba-Vi é sempre diferente. É como o Fla-Flu. Importantíssimo principalmente para a nossa torcida. Tenho saudade. Foi um espetáculo que o Brasil inteiro que ver e que todo jogador quer jogar. Quero ter de novo um Ba-Vi na Série A. É sempre uma tensão gostosa. Naquela época eu tinha 19 anos. Infelizmente não conseguimos vencer. Mas serviu de experiência para a carreira - opinou o jogador.
Fonte Nova: um novo atrativo para o clássico
Desde o primeiro Ba-Vi no Brasileiro Unificado até os dias de hoje, os dois times baianos viveram outros três momentos distintos sem se enfrentar pelo Nacional. O mesmo período de carência atual foi visto entre 1979 e 1988 – sendo que em três anos o Bahia foi o único representante –, entre 1991 e 1995 e, por final, entre 1997 e 2000.
Para encerrar o novo ciclo de abstinência, um palco novo em folha. A Fonte Nova, reconstruída para a Copa do Mundo de 2014, estará pronta e funcionando. A previsão da Federação Bahiana de Futebol é de que o primeiro clássico de 2013 seja realizado no novo estádio, no dia 31 de março.
Fonte Nova em 12/11/2012 (Foto: Nilton Souza/Divulgação)Fonte Nova será um atrativo a mais para o Ba-Vi de 2013 na Série A (Foto: Nilton Souza/Divulgação)
Mas a nova Fonte Nova não ficará restrita aos eventos esportivos. Com capacidade de 50 mil pessoas, a arena servirá também para receber shows e eventos de entretenimento. O estádio terá 70 camarotes, restaurante panorâmico com vista para a arena e para o Dique do Tororó, e cerca de duas mil vagas de estacionamento.
A estrutura abrigará, também, sala de imprensa, quiosques, elevadores, sanitários e espaço cultural. Além disso, oferecerá acesso para pessoas com dificuldade de locomoção, circulação vertical por elevadores e posição de cadeirantes nas arquibancadas. A área total do terreno, que tem aproximadamente 116 mil m², possui 90 mil m² dedicados à arena multiuso, além da área de hospitalidade e do edifício garagem.
O estádio que recebeu 20 dos 22 Ba-Vis dos Brasileiros será a cereja do bolo para o reencontro dos dois principais clubes baianos na Série A do Campeonato Brasileiro. Só resta esperar que o futebol da colorida rivalidade baiana esteja à altura não somente da elite do futebol nacional. Mas do palco e, acima de tudo, do torcedor baiano.

 

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