Patricia encerra mandato no Fla com fracasso no futebol e pancadaria entre dirigentes

29 de dez. de 2012


Quando acordar neste sábado, Patricia Amorim não será mais presidente do Flamengo. Apesar da posse da nova diretoria na noite da última quinta-feira, o último dia útil da agora ex-mandatária foi nesta sexta. E os capítulos da primeira mulher a comandar um clube de futebol no Rio de Janeiro não deixarão saudades na nova etapa da dirigente que liderou o rubro-negro da Gávea em 2010, 2011 e 2012.
Além do fracasso no futebol, que marcou sua gestão, a ex-presidente teve que encarar problemas ainda maiores fora das quatro linhas. E uma cena na última quarta-feira representou bem o conturbado cenário político da Gávea nos últimos tempos. Patricia assistiu a uma verdadeira pancadaria entre alguns dos dirigentes mais influentes do seu período no comando do clube.
Michel Levy, vice de finanças da gestão e "braço direito" de Patricia Amorim, trocou socos e empurrões com Fernando Sihman, marido da então mandatária e outro homem forte no cenário político nos últimos três anos.
"Tá assinando o que aí? Tem cheque aí que eu não concordo que paguem", disse Sihman, segundo uma pessoa que acompanhou o bate-boca, enquanto Levy pagava contas atrasadas. "Mas quem manda é você ou ela [Patricia]? Vocês precisam definir, já até passou da hora disso", respondeu Levy, estendendo as provocações, tirando o marido da presidente do sério e iniciando a confusão.
"Você está achando que é quem? Respeite a mim e a Patricia", gritava Sihman, no meio da briga, antes de ser separado por outros dirigentes e integrantes do gabinete da presidente.
Patricia Amorim, por sua vez, observava tudo de longe e não escondia o constrangimento com a cena protagonizada pelos dois dirigentes no terceiro andar do prédio principal da sede da Gávea.
Para muitos, inclusive, os dois exaltados foram os grandes responsáveis pelos fracassos do período de Patricia Amorim no comando do Flamengo. Enquanto Michel Levy colecionava inimizades e problemas com outros dirigentes, Fernando Sihman, que não tinha qualquer cargo oficial, incomodava nos bastidores da Gávea pela maneira como agia na hora de algumas decisões da esposa.
E tanta confusão política foi refletida em outras áreas. Enquanto o vice de finanças não organizava as inúmeras dívidas e dificultava possíveis contratações, Sihman não fechava alianças que pudessem manter Patricia Amorim no poder.
Com tantas confusões, os dois dividiram espaços com outros problemas da presidente neste ano, como a saída de Ronaldinho Gaúcho, a polêmica contratação de Adriano e, claro, a falta de títulos em 2012.
Polêmicas e prisão de goleiro
E o silêncio dos dois envolvidos na briga não correspondem ao cenário do Flamengo nos últimos três anos, onde os dirigentes tiveram que falar muito para explicar falta de títulos, problemas disciplinares no elenco e até prisões, como no caso do goleiro Bruno.
O episódio do goleiro, aliás, marcou o primeiro e conturbado ano de Patricia. Com os holofotes voltados para a prisão, o time foi apenas discreto em campo e brigou para não ser rebaixado.
No início de 2011, o clube voltou a ser destaque, desta vez pela histórica contratação de Ronaldinho Gaúcho. E o início do relacionamento entre clube e craque parecia um conto de fadas, com festa da torcida, declarações de amor, título carioca - o único da gestão - e uma invencibilidade que durou até o meio da temporada.
O fim daquele ano e o início do próximo, porém, marcaram a derrocada final da atual administração. Ronaldinho chegou atrasado à reapresentação de 2012, alegou insônia e iniciou uma série de problemas com Vanderlei Luxemburgo que culminaram com a queda do treinador.
Em seguida, já com Joel, mas sem títulos, a polêmica seguiu e o Gaúcho deixou o clube da pior maneira possível, entrando na Justiça para cobrar R$ 40 milhões e uma liminar para negociar com outro clube - foi para o Atlético-MG.
Os problemas pareciam não ter fim. Preocupado com a famosa "bala de canhão" - expressão citada pelo clube para dar o troco em Ronaldinho -, o Flamengo não se encontrava. Zinho chegou, assumiu o cargo de diretor, mas não colocou ordem na casa. A cereja do bolo amargo foi a pífia contratação de Adriano, que apenas tomou tempo e atenção do clube e nem sequer entrou em campo, sendo afastado por indisciplina.
Esportes Olímpicos, sede e CT
A série de problemas fortaleceu o movimento de oposição e acabou sendo fundamental para o resultado das eleições. Cansados dos problemas, um grupo de notáveis empresários se mobilizou e, com grande apoio das redes sociais, tirou Patricia Amorim do poder na eleição de dezembro. Nem mesmo o grande investimento nos Esportes Olímpicos, a reforma da sede da Gávea e a construção do CT, pontos positivos da gestão, foram capaz de manter a agora ex-mandatária no poder.
Fonte:Uol Esportes




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